– Conselho Universitário (CO)

No dia 26/06/13 tive a minha primeira experiência como representante discente no Conselho Universitário da USP (CO). Das 11 cadeiras reservadas para estudantes da graduação, ocupávamos apenas seis. A primeira pauta em discussão foi justamente a mais esperada pelo conjunto dos estudantes, os projetos para ampliar a inclusão social na USP, que desde o começo do ano foi colocada em questão pela reitoria em resposta aos movimentos sociais e às demandas da sociedade por mais acesso à universidade pública. A primeira proposta era o tão contestado PIMESP, que foi rejeitado pela maioria das Congregações das unidades, fato que forçou a reitoria a adiar o processo e pedir que elas enviassem suas próprias propostas de inclusão. Essas propostas foram enviadas ao Conselho de Graduação (CoG) que aprovou o chamado Inclusp 2, que propunha aumentar os bônus concedidos a estudantes de escolas públicas, criar um cursinho pré-vestibular da USP aplicar provas da FUVEST em novos locais e ampliar o programa Embaixadores USP, que visa divulgar a universidade nessas escolas. Os objetivos seriam atingir até 2018, 50% de estudantes oriundos de escolas públicas e dentre eles, a mesma proporção de pretos, pardos e indígenas verificados pelo senso do IBGE no Estado de São Paulo.
As intervenções em relação a esse tema no CO foram todas favoráveis à inclusão, porém, se dividiam entre os que defendiam o projeto apresentado (Inclusp 2) e os que defendiam cotas sociais e raciais (incluindo todos os RDs de graduação e pós-graduação que pediram vistas do processo, devido à falta de discussão com a comunidade). A Congregação do Instituto de Psicologia, que apresentou ao CoG uma proposta de cotas sociais e raciais questionou se ela não seria votada, em oposição ao Inclusp 2. Surpreendentemente (ou não) o presidente da seção, Reitor João Grandino Rodas decidiu que não seria e seguiu a votação normalmente. Sendo assim, votou-se apenas sim ou não ao Inclusp 2 (que foi aprovado) e os estudantes depois de protestarem em favor da inclusão da proposta de cotas, decidiram se abster.
Ficou evidente pela aprovação por ampla maioria da proposta da reitoria que aquele não era um espaço onde as pessoas estavam dispostas a discutir e dialogar. Pareceu apenas uma seção pro-forma, realizada para ratificar uma decisão que ja tinha sido tomada. A aspereza e o desrespeito do reitor com aqueles que o contrapunham também ficou ainda mais clara. A sensação agora é de que temos que continuar pressionando a reitoria por fora, para que ouça as reivindicações da comunidade e junto a isso, ocupar cada vez mais os espaços institucionais de decisão, extremamente burocratizados, fazendo-os ouvir nossa voz até que ela se torne um incômodo e os force a atender às nossas reivindicações.

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